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IPGG recebeu membros da Escola de Samba Santa Barbara para falar do Projeto Ancestralidade

Na manhã da sexta-feira, 4 de outubro, o Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia José Ermírio de Moraes, em São Miguel Paulista, órgão da Secretaria Estadual da Saúde, sediou uma roda de conversa diferente dos demais trabalhos que realiza com seus usuários idosos.

Duas componentes da Ala das Baianas, parte da Vela Guarda e alguns ritmistas da Escola de Samba Santa Bárbara, do Itaim Paulista, também da Zona Leste, estiveram no salão do IPGG para contarem um pouco sobre o Projeto Ancestralidade.

O título completo do projeto, que está sendo trabalhado na agremiação, pelo Instituto Gero, já explica parte dos objetivos da iniciativa: Saberes Tradicionais e Ancestralidade sobre o Envelhecimento ativo da Mulher Negra: As Baianas e a Velha Guarda da Escola de Samba Santa Barbara no Território Negro Itaim Paulista.  

Segundo Suelma Inês de Deus Branco, uma das coordenadoras do Projeto, as rodas de conversa foram idealizadas  por serem possibilidades de compartilhamento de conhecimentos sobre a Escola de Samba, a Ala das Baianas e da Velha Guarda bem como momentos de reflexão sobre a valorização da cultura ancestral e a superação do preconceito e discriminação relacionados ao mundo do samba.

Clara Emília Teixeira dos Santos, coordenadora da Ala das Baianas explicou as diferenças que existem nas alas da Escola, que muitas vezes pessoas que não são carnavalescas confundem.

Velha Guarda não significa que seja uma ala só de pessoas idosas. Muitos componentes, em diferentes Escolas, não chegaram aos 60 anos. “Para participar da velha guarda tem que ter experiência no Samba, com muitos anos de participação na vida carnavalesca. Mesmo a Escola só pode constituir a sua Velha Guarda se tiver 25 anos de existência. Na Escola de Samba existe uma reverência muito respeitosa aos mais velhos”.

Felipe, de 32 anos, um dos ritmistas da Escola de Samba Bárbara, que participou da roda de conversa, falou que o jovem que ingressa numa agremiação aprende a respeitar os mais velhos, porque um dos trabalhos do mundo do samba é sempre lembrar suas origens. Segundo ele, na periferia esse é um trabalho que precisa ser ampliado, já que muitos jovens estão distantes dessa concepção.

O médico Francisco Souza do Carmo, diretor do IPGG, elogiou a ação do Projeto Ancestralidade e ao participar da roda de conversa contou que também ele já desfilou numa Escola.

A Escola de Samba santa Bárbara foi criada como bloco carnavalesco em 1988, em 2009 virou escola de samba. Situada no Itaim Paulista, na Zona Leste de São Paulo, seu nome homenageia a santa de devoção de seus fundadores.